Todas as atitudes durante o acompanhamento da gestação visam o bem-estar da mãe e do bebê. Isso inclui prevenção e/ou diagnósticos precoces de patologias. Recentemente tem-se trabalhado com um conceito importante de " gestação de 12 meses".
Isso significa que é importante iniciar os cuidados antes da concepção visando diminuir riscos de mal formações congênitas, evitar medicações teratogênicas e tabagismo, por exemplo. A avaliação pré concepcional através de uma consulta com o seu ginecologista pode prevenir muitas intercorrências na gestação.
Além disso, o pré-natal é um momento de troca de experiências entre as gestantes / família e os profissionais da saúde. Além de vivenciar este momento, é importante que a gestante e a família estejam amparadas para o enfrentamento da maternidade.
Além de toda parte de avaliação de doenças pré-existentes que podem estar ocultas até o início da pré-natal, há a avaliação de doenças específicas da gestação. É foco do pré-natal também avaliar a formação do bebê de forma precoce, pois há intervenções intra-útero que já podem ser feitas para ajudar imensamente o bebê.
Também neste momento, a gestante receberá orientações sobre nutrição, vacinação e manutenção do bem-estar físico e emocional.
Após a alegria do diagnóstico da gestação, começam os primeiros exames, como a USG inicial com o objetivo de identificar o bem-estar do bebê, se a gestação é gemelar ou única e definir a idade gestacional correta da gravidez.
É muito importante saber a idade gestacional, pois é através da datação correta da gravidez que todos os demais exames e consultas serão guiados.
Na primeira consulta além do médico do pré-natal checar todo histórico da paciente, realizar um detalhado exame físico, ele também solicitará os primeiros exames.
Avaliação do hemograma, glicemia, tipagem sanguínea, perfil hormonal da tireoide, sorologias para infecção como hepatites, sífilis, toxo, rubéola, HIV e exames de urina. Esses exames serão repetidos mais uma ou duas vezes durante o pré-natal conforme o caso.
O ultrassom morfológico do 1 trimestre (realizado entre 11 a 14 semanas) faz o rastreamento de anomalias cromossômicas durante a gestação. Quando associado a dosagens hormonais (perfil bioquímico), se torna mais sensível, ou seja, tem maior abrangência para diagnosticar os casos alterados.
O exame também pode rastrear o risco para pré-eclâmpsia, ou a pressão alta na gestação. Doença muito frequente e que pode causar problemas para a saúde da mãe e repercussões no bebê. A avaliação da gestação é um processo sequencial.
O próximo morfológico será realizado entre 20 e 24 semanas. Neste momento, há grande atenção à avaliação da estrutura do bebê.
No II e III trimestre exames de sangue e urina podem ser solicitados. O teste de sobre carga de glicose é realizado nessa fase, o objetivo é pesquisar diabetes gestacional.
Por volta de 28 semanas, temos a avaliação mais detalhada do coração fetal através de um exame chamado Ecocardiografia fetal.
Além disso, no II e III trimestre vamos acompanhar através da USG o padrão de crescimento e vitalidade do bebê.
Existem algumas maneiras de fazemos isso. A USG obstétrica com Doppler é uma delas, nele checamos peso, quantidade de líquido amniótico e como os fluxos de sangue nos três níveis (feto, placenta e mamãe) estão funcionando. O perfil biofísico é outra ferramenta importante nessa fase, assim como a cardiotocografia basal.
Avaliações finais para checar infecções vaginais podem ser realizadas, para tranquilidade e segurança na tomada de decisão da via de parto. Determinação da presença de Streptococcus galactae em flora anal e/ou vaginal.
É muito importante o rastreamento do estado de saúde da gestante para prevenir complicações e tratar a tempo. Eventualmente, situações sem diagnóstico podem impactar o bebê. O pré-natal proporciona tranquilidade para a gestante e segurança para o bebê.